domingo, 8 de janeiro de 2012

Recriação da cena “O Parvo” do Auto da Barca do Inferno

         Os vossos colegas escreve ram textos em que recriaram a cena do Parvo do "Auto da Barca do Inferno" de Gil Vicente. Aqui ficam alguns dos textos por eles criados.


  A propósito do texto “O Vagabundo na Esplanada” de Manuel da Fonseca

 Grupo: Daniela, Ricardo, Sara e Tiago (9ºA)


Chega o Vagabundo ao Cais e diz ao Arrais do Inferno:
VAG.     Hou da barca!
DIA.      Quem é vossa excelência?
VAG.     Que importa isso?

   Que barca é esta?
DIA.      A barca onde vós entrareis.
VAG.     Já está pois decidida a minha sentença?
DIA.      Segundo lá escolhestes,
  Cá pagareis.
VAG.     E que foi que escolhi?
           O Inferno não será para mim,
           que com humildade vivi.
DIA.      Pois o dizes tu...
            Mas entra cá.
            Decerto os teus farrapos
   irão conspurcar aqueloutra barca,
   a imaculada barca do Anjo…!
VAG.     Que interessa isso,
            se não dita aquilo que fui?
DIA.      Mas pensas que o Anjo te aceitará?
            Pois com a tua preguiça,
   vagabundo te tornaste…
VAG.     Não foram as escolhas
            que me tornaram o que fui em vida.
            Foi sim a vida
            que me tornou aquilo que sou.
            Portanto, lutarei pela minha justiça.

E dirige-se o Vagabundo à Barca da Glória.

ANJO    Ó homem de Deus,
            a estas bandas a morte te trouxe…
            Achas-te merecedor de aqui entrar?
  Diz-me da tua justiça.
VAG.     Essa função não me compete a mim.
            O que fiz em vida já foi feito.
   Arcarei com as consequências
   que aqui me forem impostas.
   Por isso, diz-me tu da tua justiça…
ANJO    Sei que esses farrapos
            cobrem um homem honesto
            e caberão nesta barca
            tal como a tua humildade.
            Então, embarca com destino ao Paraíso.
VAG.     Se assim mereço,
            embarcarei com gosto.
Assim embarca e aguarda a viagem rumo ao seu destino.

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