Os vossos colegas escreve ram textos em que recriaram a cena do Parvo do "Auto da Barca do Inferno" de Gil Vicente. Aqui ficam alguns dos textos por eles criados.
A propósito do texto “O Vagabundo na Esplanada” de Manuel da Fonseca
Grupo: Daniela, Ricardo, Sara e Tiago (9ºA)
Chega o Vagabundo ao Cais e diz ao Arrais do Inferno:
VAG. Hou da barca!
DIA. Quem é vossa excelência?
VAG. Que importa isso?
Que barca é esta?
DIA. A barca onde vós entrareis.
VAG. Já está pois decidida a minha sentença?
DIA. Segundo lá escolhestes,
Cá pagareis.
VAG. E que foi que escolhi?
O Inferno não será para mim,
que com humildade vivi.
DIA. Pois o dizes tu...
Mas entra cá.
Decerto os teus farrapos
irão conspurcar aqueloutra barca,
a imaculada barca do Anjo…!
VAG. Que interessa isso,
se não dita aquilo que fui?
DIA. Mas pensas que o Anjo te aceitará?
Pois com a tua preguiça,
vagabundo te tornaste…
VAG. Não foram as escolhas
que me tornaram o que fui em vida.
Foi sim a vida
que me tornou aquilo que sou.
Portanto, lutarei pela minha justiça.
E dirige-se o Vagabundo à Barca da Glória.
ANJO Ó homem de Deus,
a estas bandas a morte te trouxe…
Achas-te merecedor de aqui entrar?
Diz-me da tua justiça.
VAG. Essa função não me compete a mim.
O que fiz em vida já foi feito.
Arcarei com as consequências
que aqui me forem impostas.
Por isso, diz-me tu da tua justiça…
ANJO Sei que esses farrapos
cobrem um homem honesto
e caberão nesta barca
tal como a tua humildade.
Então, embarca com destino ao Paraíso.
VAG. Se assim mereço,
embarcarei com gosto.
Assim embarca e aguarda a viagem rumo ao seu destino.
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