domingo, 26 de dezembro de 2010

Natal Simples


É Natal!
Sempre algo especial!

A Crise é cruel,
mas a felicidade não tem preço.

É de amor,
de partilha,
de magia,
de esperança
que é feito o Natal.

O amor não tem preço.
O Pai Natal é intenção,
as prendas são o coração.
Não o valor material,
não o objecto concreto,
mas sim o que ele representa:
algo abstracto, mas emotivo.

Se há amor,
há felicidade,
há Natal.

Dinheiro não paga essa magia.
Dinheiro é vulgar, igual.
O Natal é sempre especial!



Sara Tavares
9ºA

sábado, 18 de dezembro de 2010

O Camaleão


           Decerto que já vos aconteceu. Estamos num sítio, num dia qualquer, com alguém ou sozinhos, a pensar na crise, no amor, na traição, na vida ou em nada, e, inesperadamente, alguém intervém no nosso mundo de reflexão, que julgamos intemporal, unicamente pessoal, inviolável. Talvez não nos tenhamos verdadeiramente apercebido dessa situação nem reflectido sobre o seu significado na altura em que a vivemos. Nem depois… Mas porque não fazê-lo agora?
            Já não me vem à memória o local nem o dia em que vivenciei este episódio. Sei que estava com os meus pais, de férias, no Verão, com o calor a entorpecer-nos as ideias, algures numa vila deste país. Sentámo-nos num café, de nome muito vulgar (talvez fosse o “Café Central” ou “do Amigo”) como há em todas essas terras. Falávamos sobre coisa nenhuma, futilidades vulgares e descontraídas, quando, sem qualquer aviso prévio, sentou-se uma senhora idosa – na boa língua portuguesa, uma velhota – na nossa mesa. Logo ficámos perturbados pelos relatos que a dita anciã matraqueava boca fora. Naquela meia hora, ficámos a conhecer toda a vida dela. História de impropérios carregada, praguejada violentamente através da sua alma em sofrimento. Por entre todos os palavrões que jorravam naquela mesa de café, a história era penetrante, sofrida, cinzenta, sem qualquer traço de felicidade.
            Uma simples mesa de café, antes tranquila, depois carregada de dor. Fez-me e ainda me faz reflectir: a vida tem muitas cores e depressa muda de cor-de-rosa para cinzento. É a pressa do camaleão da vida, que não deixa ninguém impune, nem mesmo os que estão sentados a uma mesa qualquer, num sítio qualquer, num dia qualquer a pensar em tudo e em nada, pensando que ninguém nos virá acordar para a realidade da vida.

Sara da Costa Tavares

Conversas ao jantar



    Estava sentada a dialogar com a minha irmã quando oiço um grito estridente da minha mãe: ‘’Para a mesa!’’
    Levantei-me e segui o aroma agradável da refeição. Esfomeada, não prestei atenção ao que o senhor bem-parecido da televisão dizia, mas reparei que estava no jornal da uma hora da tarde.
    Nem eu nem a minha irmã prestávamos atenção à televisão, mas os meus pais, interessados, discutiam sobre o assunto.
Falava-se da crise, da falta de dinheiro e do desemprego.
Isso já não nos espanta nada pois, hoje em dia os únicos temas de conversa são esses, ou então a ‘’casa dos segredos’’, não é verdade?
Inevitavelmente, todas as famílias falam deles com os amigos, familiares, e até com os filhos.
    Os pais esquecem-se que os jovens não querem saber dessa história e insistem em dizer: ’’há desemprego, mas também há quem esteja desempregado porque quer!’’ ou então ‘’ não vás para professor porque não tens futuro!’’ e expressões idênticas. E sem saber porquê, os jovens concordam e calam-se.
    Há quem defenda que se deve ter pensamento positivo, pois como diz o povo, tristezas não pagam dívidas. Porém, os mais velhos estão constantemente a queixar-se.
     O certo é que não dormir de noite não melhora a situação.
     É mais simples ser positivo e deixar a crise passar.


Inês Maria Oliveira G. C. Lopes, 9ºC

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Adultos do futuro



Após a turma em geral ter baixado as notas no teste Físico-Química de 9ºano, o nosso “stor” deu-nos um sermão sobre o facto de tudo e todos esperarem imenso de nós. “Vocês são os adultos do futuro!” dizia ele, convencido de que a nossa geração iria inventar a cura para a SIDA e para o cranco.
Dei comigo a pensar: “Será isso possível?”, é que os “adultos de hoje” dizem que esta geração é uma desgraça, pois só quer namorar e jogar computador. No entanto, esperam que sejamos nós a pôr fim a estes tempos de crise, a repor valores éticos e até a acabar com a poluição. Por isso, ninguém faz nada e instaurou-se a política “Os próximos é que são!”.
Há que mudar e começar desde já a inovar, porque, hoje gastam-se recursos que serão necessários amanhã, para os ditos “adultos do futuro” mudarem o planeta.
Portanto, “Adultos do futuro... Nós?” Talvez, só depende dos adultos de hoje”.

Afonso Morais 
 

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Lenda das Amendoeiras


De longe lá muito longe
De tempos que já lá vão
Existe uma história
De partir o coração.


Conta-se que uma bela menina
Ao Algarve veio ter
Embora tão pequenina
Começou logo a sofrer.


Os meses foram passando
Sem que sentisse alegria
Aos poucos ia morrendo
Cada noite e cada dia.


Seu amo e seu senhor
De tudo tentou fazer
Chamou físicos e mais físicos
Para lhe poder valer.


Veio de longe seu aio
Que com ela quis falar
Falou com ela muito tempo
Para a poder ajudar.


De amendoeiras fez neve
E tudo branco ficou
Com toda esta brancura
A menina melhorou.


O amor tudo vence!
Quem ama sabe-o melhor
Porque transformou neve
Em amendoeiras em flor.

 
Maria Inês Oliveira    

Este é mais um poema a propósito da Lenda das Amendoeiras.